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Como a morte de Eduardo Campos pode dar uma reviravolta na disputa pela presidência

acidente aéreo que matou o candidato à presidência pelo PSB, Eduardo Campos

O trágico acidente aéreo que matou o candidato à presidência pelo PSB, Eduardo Campos, e mais seis pessoas envolvidas na sua campanha, além de deixar o país de luto, também muda o cenário da eleição presidencial a ser realizada em outubro. Campos estava em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.

Caso o PSB decida continuar na disputa para a presidência, a escolha do candidato para substituir Eduardo Campos deve ser feita nos próximos 10 dias, de acordo com a Resolução Nº 23.405 do TSE, que trata da escolha e do registro de candidatos nas Eleições de 2014.

O professor de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) Glauco Peres da Silva afirma que o provável é que nesse período também se indique um novo vice, mas, legalmente, o partido ainda terá 48h para apontar um novo vice depois de escolher o presidente.

A decisão é da direção nacional do PSB, mas deve ser feita com a consulta dos outros partidos da Coligação Unidos Pelo Brasil (PSB, PHS, PRP, PPS, PPL, PSL). O professor Glauco Peres explica: “Se eles tirarem um nome da cartola, um nome muito diferente, alguns partidos podem tirar seu apoio, informalmente”.

Peres ainda afirma que o nome favorito para substituir Campos é a candidata a vice, Marina Silva. “É o nome mais natural, a aposta evidente. Mas, embora eu imagine que algumas pessoas do partido já estejam preocupadas com isso, é muito cedo para saber”, afirma.

Impactos nas outras candidaturas

Para o professor, uma possível desistência do PSB é “muito difícil” de acontecer, mas, se houver, os votos destinados a Campos devem ser distribuídos de duas maneiras. “Os que votavam em Campos por ideologia, provavelmente tenderão a votar na Dilma, em branco ou nulo. Os que votavam no PSB em razão do desgosto com o PT, migrarão para Aécio Neves”, analisa.

Se Marina realmente for escolhida, sua candidatura apresentará mais ameaças à campanha da presidente Dilma Rousseff, afirma Peres. “ O grupo da Marina está muito mais forte do que em 2010 e ela vem do espectro político da esquerda, que é o da própria Dilma. Isso faria a Marina disputar diretamente com a Dilma, não com o Aécio”, complementa

Em nota oficial publicada em seu site, o PSB lamenta a morte de seu líder, mas não comenta nada sobre o futuro da campanha. A candidata Marina da Silva também se pronunciou, mas, abalada, não respondeu perguntas de jornalistas. A decisão do PSB, entretanto, deve ser tomada antes da próxima terça feira, dia 19, quando começam as propagandas eleitorais gratuitas.