Policiais civis e militares, além dos bombeiros, deflagraram greve na noite de ontem em todo o Estado
Os representantes das polícias Civil e Militar, além do Corpo de Bombeiros, anunciaram que 30% do efetivo continuará trabalhando durante a greve, deflagrada na noite de ontem.
Segundo o sindicato da Polícia Civil, apenas chamados emergenciais serão atendidos em delegacias, como homicídios, agressão a mulheres e furto de automóveis. No entanto, haverá demora no atendimento.
No caso do Corpo de Bombeiros, os salva vidas prometem cruzar totalmente os braços. Os quartéis de fogo vão permanecer trabalhando com menos da metade do efetivo.
Paralisação
Os grevistas estão insatisfeitos com o aumento salarial progressivo de 39%, aprovado horas antes pela Assembleia Legislativa do Rio.
Os agentes de segurança também protestam contra a prisão na quinta-feira de um líder sindical dos bombeiros, Benevenuto Daciolo, acusado de querer ampliar a greve a outros Estados e ameaçar o Carnaval.
Logo após assembleia que definiu a greve, policiais e bombeiros recomendaram à população que não saia de casa e que mantenham o comércio com as portas fechadas.
Represálias
Apesar da movimentação, policiais militares denunciaram represálias em batalhões da capital e do interior fluminense.
Em Botafogo, poucas horas após a decretação de greve, a reportagem da BandNews FM presenciou o momento em que cerca de 50 agentes, que se recusavam a fazer o patrulhamento, foram detidos. Apesar disso, o comando da unidade decidiu liberá-los pouco tempo depois.
Em nota, a PM informou que nenhum agente sofreu retaliações e negou afastamentos de comandantes.
Protestos
O secretário de Defesa Civil estadual e comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, disse nesta quinta-feira mais cedo que se a greve fosse decretada, 14 mil homens do exército garantirão a segurança do estado, enquanto 300 homens da Força Nacional ajudarão os bombeiros. Cerca de 3.500 soldados já estão no controle da segurança na Bahia.
"Liberdade para Daciolo; prendam (o governador do Rio, Sérgio) Cabral", pediam dezenas de folhetos sindicais distribuídos na praça Cinelândia, em meio ao ruído de apitos e cornetas.
Um alto-falante difundia uma mensagem gravada: "população, bombeiros e policiais militares pedem socorro. Alerta à população carioca. Em caso de greve, que a população evite transitar nas ruas da cidade".
Bahia
O protesto soma-se à iniciativa há nove dias da Polícia Militar da Bahia, que provocou uma onda de violência com um saldo de mais de 120 mortos, mais que o dobro da média habitual, sobretudo na capital, Salvador.
Mais de 200 policiais em greve desocuparam nesta quinta-feira a sede da Assembleia Legislativa da Bahia, onde estavam amotinados havia nove dias, e seu líder, Marco Prisco, foi preso. No entanto, os policiais decidiram nesta quinta-feira à noite manter a greve.
A presidente Dilma Rousseff criticou duramente a greve na Bahia e
rejeitou uma anistia para aqueles que cometeram atos "contra as pessoas e a ordem pública".